sábado, 12 de janeiro de 2013

VALE À PENA DISPUTAR CARGO EM OUTRA REGIÃO DE LOTAÇÃO?

Muita gente tem optado por se inscrever em concursos que oferecem cargos para lotação em regiões afastadas dos grandes centros urbanos. Qual a vantagem e a desvantagem dessa escolha?

 Se em 2013 o projeto é ser aprovado em um bom concurso público, muitos começaram a traçá-lo desde o começo do ano que está se acabando. A estratégia central rumo a essa conquista não é um mistério para ninguém: é estudar, estudar e estudar. Mas há também algumas táticas para, ao menos, ter maiores chances de ser convocado para a carreira pública. Entre os quais, está a de se inscrever para concursos que ofereçam cargos cuja lotação seja para regiões onde a competitividade não demonstra ser tão acirrada.

Foi o caso de Clara Barreto que, em 2006, decidiu abandonar a carreira de administradora para se enveredar pelo serviço público. Como o concurso do INSS nesta época já era altamente competitivo, a ideia de Clara foi fazer a sua inscrição para trabalhar no posto do INSS de uma pequena cidade no interior da Bahia. Ela julgou que lá a disputa seria menor por ser um local que fica ao oeste do Estado, longe da capital e sem tanta estrutura para entretenimento. A tática funcionou: naquele ano, ela foi a primeira colocada no concurso do INSS e até hoje atua no posto da cidade escolhida.

Em 2005, o professor Alberto Vicente prestou concurso para o magistério também para o Estado da Bahia e fez uso dessa estratégia. "Durante o processo de inscrição, lembro que na fila da Caixa Econômica, quando estava pronto para pagar a taxa, dei uma boa analisada na distribuição das vagas do edital e, depois de vasculhar as regiões, não tive dúvida: escolhi uma cidadezinha chamada Pintadas, para a qual previ que poucos candidatos de fora poderiam se inscrever", conta Vicente. E foi dito e feito: no final do ano seguinte ele foi convocado, com folga na pontuação, mesmo sem ter apresentado os títulos. Foi morar na cidade, mas por conta de outra convocação em concurso para a cidade natal, resolveu pedir exoneração e voltar para casa. "Mesmo assim, não me arrependi da escolha, pois durante a minha estadia na cidade com a família fiz bons amigos, com os quais até hoje me relaciono. Valeu pela experiência, sei que poderia ter pedido remoção depois do estágio probatório, mas decidi voltar antes, pela oportunidade que surgiu meses depois", relatou.

Outro a seguir esta mesma ideia com sucesso foi o próprio esposo de Clara Barreto, inclusive para o mesmo concurso feito pela companheira (INSS) na cidade onde considerou que seria baixa a concorrência. O resultado foi que Adson Barreto passou em segundo lugar em 2006 e igualmente trabalha até hoje na cidade.

O conselho que eles dão para os que lutam por uma vaga de funcionário público é ter um certo desapego pela cidade natal e começar a projetar novos horizontes de trabalho na área pública. Embora hoje tudo esteja muito disputado, a verdade é que em lugares mais longínquos dos grandes centros ainda é menor a quantidade de pessoas inscritas. "Tive esta visão de me inscrever para outras opções que não a cidade onde nasci e vivi e o resultado foi positivo. Agora a batalha é por uma transferência", acrescentou Adson.

Por pensar assim, o administrador Leonardo Sampaio está inscrito para fazer um concurso em uma cidade satélite, em Brasília, capital federal. Ele disse que antes de fazer a sua inscrição, fez um estudo de lugares onde não há tantos atrativos para se morar acreditando ser este um dos fatores que faz o índice de inscritos cair muito. "Espero que comigo esta estratégia funcione. Isso é que vai ser set passar um 2013 bem. Ao menos, economicamente falando", brincou.

Uma última dica vem do professor Alberto Vicente, com a qual fechamos esta matéria: ao participar de um concurso para outra cidade, dependendo do seu grau de confiança em ser aprovado, comece a projetar a "logística" de transferência para a região escolhida, levando em conta o bem estar da família, as condições financeiras iniciais, o quanto terá que dispender para as mudanças, enfim, tudo precisa também ser pensado. "Saiba também que, inicialmente, terá que passar por um processo de adaptação, que poderá ser traumático ou agradável para a sua vida, dependendo da maneira como você reage frente às mudanças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

QUESTÕES COMENTADAS SOBRE LEGISLAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA - PMSC

  PMSC   LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL   1 - Lei Nº 6.218 , de 10 de fevereiro de 1983 - Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais-Militare...