sábado, 26 de janeiro de 2013

Mostra-me como tu escreves e eu te direi quem és na empresa

Mostra-me como tu escreves e eu te direi quem és na empresa


FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

Empresas recorrem à grafologia para analisar como escrevem candidatos a vagas de emprego e colaboradores antigos a fim de entender melhor personalidades e desejos no trabalho
Arquivo pessoal
Leticia Radaic atua com Programação Neurolinguística e coaching há 10 anos. Há três, mergulhou na grafologia
Você já pensou em ser contratado a partir do modo como escreve? Empresas estão aderindo à grafologia como uma ferramenta para avaliar o comportamento e a personalidade do candidato à vaga. “Não é algo místico, mas sim uma ciência que identifica habilidades, motivações e emoções da pessoa por meio da escrita”, resume a grafóloga Leticia Radaic, que estuda e trabalha com a técnica há três anos. De acordo com ela, a grafologia pode ser aplicada pelas empresas tanto no processo de contratação quanto no desenvolvimento de pessoas, no caso de crises dentro de uma equipe. Algumas organizações, afirma Leticia, passaram a contratar somente com o uso da grafologia.

Qualquer empresa está suscetível a enfrentar problemas como insatisfação de funcionários, chefes despreparados e problemas de relacionamento entre colegas, por exemplo. Todos eles afetam a produtividade dos colaboradores e, consequentemente, os resultados que a organização almeja atingir. Para isso, na opinião de Leticia, a grafologia ajuda os gestores a entender melhor o que seus colaboradores desejam e em quais funções da empresa eles se encaixam melhor. “O maior desafio das organizações é entender que, por trás de lucros e resultados, existem seres humanos. Sem eles, nada é possível. Daí a importância da grafologia para compreender melhor o processo e gerar bons resultados para os dois lados”, detalha.

Sua letra, sua personalidade

Escrita fina, com pressão, letra redondinha ou com a parte de cima alongada. Por meio da grafologia, o movimento inconsciente e espontâneo da mão na hora de escrever revela a personalidade da pessoa. “Se um candidato à vaga de operador de máquinas, por exemplo, escreve com pouca força e possui uma escrita fina e sem pressão, é possível constatar que talvez falte agilidade na hora de desempenhar alguma tarefa que requeira habilidade manual”, explica. Nesse caso, no momento da contratação, a empresa pode direcionar o candidato a outra função.

Já candidatos que, quando escrevem, desenham a parte de cima de qualquer letra de forma mais alongada, revelam outro tipo de personalidade. “São pessoas criativas, cheias de ideias e com muita imaginação. Sendo assim, elas não devem ser colocadas em funções muito mecânicas, caso contrário, ficarão desmotivadas com o trabalho rapidamente”, justifica.

Por sua vez, conta Leticia, aqueles que escrevem a parte inferior da letra de forma mais reduzida, são pessoas que gostam de planejar, mas que não possuem grande capacidade de ação e, consequentemente, têm problemas para realizar. “Se a essa pessoa for dada uma função de tomada de decisão, por exemplo, os resultados podem não ser muito eficazes”, constata.

Entretanto, a grafóloga justifica que só se deve levar em conta a forma da letra se esta se repetir ao longo de um texto, como um traçado frequente. "Não se pode dizer que alguém tende a ser mais criativo por uma única palavra, ou seja, é necessário haver repetições da mesma conduta gráfica".
Leticia Radaic
Exemplos de letras com partes superior e inferior mais alongadas. Cada uma mostra um tipo de personalidade


Grafologia na prática

Em Hortolândia, no interior de São Paulo, o gerente de vendas Kleber Cabrini já tinha uma equipe montada quando decidiu solicitar o trabalho da grafologia. “Fiquei espantado com os resultados. Comecei a ver que várias características reveladas pela técnica batiam com o que eu via de comportamento no dia a dia”, conta.

Segundo Kleber, que conta com uma equipe de 20 pessoas, a ferramenta o ajudou a direcionar melhor as pessoas em suas atribuições e na relação com os colegas. Para ele, a experiência foi positiva por ter lhe mostrado como lidar melhor com as pessoas no ambiente de trabalho.

Agora, Cabrini já conta com a grafologia em seleções de novos funcionários para a equipe de vendas. Para ele, o trabalho exige candidatos com iniciativa, autoestima forte e boa comunicação, o que é notado por meio da grafologia. “Não interfiro no processo de contratação, que cabe ao RH da empresa, mas quando os novos colaboradores chegam e já sei melhor como se comportam e a personalidade de cada um, fica mais fácil de direcioná-los no trabalho”.

Ganho para funcionários e empresa

Há 10 anos, Leticia começou a atuar com PNL (Programação Neurolinguística) e coaching, mas, com o tempo, se apaixonou pelo estudo da grafologia aplicado à contratação das empresas. “É interessante notar que, no momento da entrevista, todo candidato fala muito bem de si mesmo e se diz excelente em tudo. Quando começa a trabalhar, a empresa nota que a realidade não é bem essa”, destaca. Geralmente, ela explica, a empresa também tem culpa por ter colocado um funcionário contratado em uma função que não valoriza seu potencial, deixando-o desmotivado para o trabalho.

A técnica ainda é pouco utilizada no Brasil, mas já é bastante requisitada em países como Itália, Estados Unidos, Canadá e Hungria. Para Letícia, a grafologia oferece vantagens para os dois lados: se dentro da equipe, as pessoas conhecem bem umas às outras, o líder consegue lidar melhor com as diferenças e possíveis conflitos. Como resultado, os funcionários se sentem mais confortáveis com o trabalho e produzirão mais. “Se o líder não sabe o que os colaboradores querem, ele acaba se deparando com uma equipe incerta”. 

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