CONHECIMENTOS
PEDAGÓGICOS
DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS (DCNS)
01 - As Diretrizes,
fundamentadas na Constituição Federal, na LDB e demais leis que buscam
organizar e qualificar a Educação Básica do país, definem-se como um conjunto
de princípios, fundamentos e procedimentos capazes de orientar as escolas
brasileiras na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas
propostas pedagógicas.
02 - Portanto, a comunidade escolar é a autora da
proposta que visa educar e ensinar os sujeitos do direito à educação entre 0 e
17 anos, assim como os adultos participantes da Educação de Jovens e Adultos
(EJA).
03 - O desafio das Diretrizes é diminuir ou eliminar o
distanciamento existente entre as várias propostas pedagógicas e a sala de aula.
04 - A comunidade
escolar tem responsabilidade direta na construção, implementação e
avaliação do currículo de estudos e experiências de educação e ensino.
05 – Currículo é o
conjunto de práticas que proporcionam a produção, a circulação e o consumo de
significados no espaço social e que contribuem, intensamente, para a construção
de identidades sociais e culturais. ”
06 - Os componentes
curriculares, ou de ação educativa, têm nomes, tanto na base nacional comum
quanto na dimensão diversificada.
07 - Os conhecimentos em torno dos quais se deram abordagens,
diálogos e atitudes variadas reforçam o valor de aprender e induzem ao
pensamento autônomo e libertador.
08 - A Educação Básica
se divide em etapas e modalidades, distintas e com objetivos específicos,
compreendida a riqueza humana das idades e suas potencialidades, bem como as possibilidades
concretas dos equipamentos e suas comunidades.
09 - O Ensino Fundamental de 9 (nove) anos constrói a
graduação do primeiro e do segundo ciclo e acompanha as transformações de
sentimentos, atitudes psicossociais e atos de conhecimento da criança e do
pré-adolescente.
10 - As Diretrizes
apresentam as 5 (cinco) grandes experiências curriculares, gradativas e crescentes do Ensino
Fundamental: o desenvolvimento da capacidade de aprender; a consecução
plena da alfabetização; a compreensão do ambiente natural e social, do sistema
político, da economia, das tecnologias, das artes e das culturas; o desenvolvimento das capacidades de observar
fenômenos, compulsar dados, problematizar situações, analisar processos e
funções e o fortalecimento dos vínculos de família.
11 - O PPP, como se sabe, se articula ao Plano Municipal de
Educação e este aos Planos Estaduais e Nacional.
12 - Em suma, as
Diretrizes propõem às unidades escolares seis atitudes capazes de garantir a
autonomia escolar, a escritura de um currículo original e a demonstração de
direitos da comunidade:
a) realizar diagnóstico adequado dos sujeitos do processo
educativo e seu território de inserção;
b) desenvolver concepções de conhecimento, aprendizagem e
avaliação e “encarná-las” no PPP, com visão crítica para futuras mudanças;
c) precisar a qualidade social da educação na unidade
circundada por realidade conhecida e considerada na gestão escolar;
d) refletir criticamente sobre os resultados das avaliações
externas e manifestar-se a respeito dessas formas de avaliação como
contribuição da unidade escolar;
e) trabalhar curricularmente para a garantia do acesso,
permanência e superação das reprovações;
f) ampliar a democratização das relações de trabalho,
pesquisa conjunta, presença da “sociedade” do entorno, decisões colegiadas,
construção de projetos, trabalho em sala de aula, formação e avaliação.
13 - As Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias para a
Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos
sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE).
14 - Elementos
constitutivos para a organização das Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais para a Educação Básica
• Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar
• Avaliação
- Avaliação da aprendizagem
- Avaliação institucional (interna e
externa)
- Avaliação de redes da Educação
Básica
• Gestão democrática e organização da escola
• O professor e a formação inicial e continuada
15 - A expressão da
identidade de cada escola em um processo dinâmico de discussão, reflexão e
elaboração contínua.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
16 - O PPP é um DOCUMENTO que tem por
objetivo apontar um rumo, uma direção, um norte para uma obrigação coletiva.
17 – Os estabelecimentos
de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a
incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica''.
18 - O PPP, feito em
coletividade é um documento que deve apontar um rumo, uma direção e como ensina
Veiga, deve também, explicitar os fundamentos teóricos, fundamenta-se na
unicidade teoria e prática estabelecidas em parâmetros curriculares, ações
conscientes e organizadas da escola, tendo como pressuposto a reflexão coletiva
que articule a escola, família e comunidade.
19 - O PPP deve ser
feito a partir do diálogo entre as diferentes esferas da comunidade escolar a
fim de organizar e planejar o trabalho administrativo-pedagógico, buscando
soluções para os problemas que são diagnosticados.
20 - O PPP é norteado
por cinco princípios: 1- IGUALDADE; 2-
QUALIDADE; 3- GESTÃO DEMOCRÁTICA; 4- LIBERDADE; 5- VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO.
21 - Na LDB estão
inclusos, em destaque, três grandes eixos
relacionados à construção do PPP:
- O eixo da flexibilidade está vinculado à autonomia, possibilitando que a escola
organize seu próprio trabalho pedagógico.
- Eixo de avaliação
que reforça um aspecto importante a ser observado nos diversos níveis do ensino
público.
- O eixo da liberdade que se expressa no âmbito do pluralismo de ideias e concepções pedagógicas e da proposta de
gestão democrática do ensino público, que será definida em cada sistema de
ensino.
FUNÇÃO SOCIAL DA
ESCOLA
22 - A função social da escola é o
desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas do
indivíduo, capacitando-o a tornar um cidadão, participativo na sociedade em
que vivem.
23 - A finalidade da
escola é adequar as necessidades individuais ao meio social e, para isso, ela
deve se organizar de forma a retratar, o quanto possível a vida. A adaptação do
aluno ao meio acontece por meio de experiências que integram os interesses do
aluno e as exigências sociais.
24 - O contexto
sociocultural da instituição enquanto escola, fornece a base para as relações
humanas, além do desenvolvimento das capacidades cognitivas em sua fase
inicial, e, especialização do indivíduo para exercer sua cidadania.
25 - O conhecimento
escolar, na concepção construtivista, se tornará significativo para as classes
desfavorecidas, quando a escola conseguir fazer a relação entre o saber
sistematizado com o conhecimento que o aluno traz para a escola.
26 - A comunidade
escolar é formada por professores e profissionais que atuam na escola, por
alunos matriculados que frequentam as aulas regularmente e por pais e/ou
responsáveis dos alunos.
27 - A democratização
da gestão educacional é um princípio importante da educação brasileira e está
vinculado à função social da escola.
PLANEJAMENTO ESCOLAR
28 - O planejamento escolar é um plano
elaborado periodicamente para definir as atividades futuras da escola. No
entanto, além das questões que podem parecer meramente burocráticas — como
distribuição dos conteúdos pela grade de horários, definição das turmas,
elaboração do calendário escolar, etc.
29 - Ao realizar seu
planejamento, a escola define qual o tipo de formação vai oferecer e organiza
as etapas do trabalho a ser realizado, o que servirá de eixo condutor aos
professores de diferentes componentes curriculares.
30 - O planejamento escolar deve ser
estruturado e articulado através de três níveis: o planejamento da
escola, o plano de ensino ou plano curricular e o plano de aula.
31 - O planejamento da escola é o plano
integral da instituição composto pelos referenciais que dizem respeito aos
objetivos e metas estabelecidas para cada uma das dimensões de gestão da
escola: pedagógica, administrativa, recursos humanos, recursos financeiros e
resultados educacionais.
32 - Planejar o
processo educativo significa, portanto, organizar, racionalizar e coordenar a
ação docente visando à articulação entre os programas curriculares (oficiais ou
de redes privadas), a prática da sala de aula e as problemáticas inerentes ao
contexto social e cultural onde cada instituição está inserida.
33 - Tipos e Níveis de Planejamento
Não se pretende, aqui,
explorar e esgotar todos os tipos e níveis de planejamento, mesmo porque, é
impossível enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários à
atividade humana. Vamos nos deter, então, nos que são essenciais para a
educação:
a) Planejamento
Educacional – também denominado Planejamento do Sistema de Educação, é o de
maior abrangência, correspondendo ao planejamento que é feito em nível
nacional, estadual ou municipal. Incorpora e reflete as grandes políticas educacionais.
b) Planejamento
Escolar ou Planejamento da Escola – atividade que envolve o processo de
reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta
pedagógica da instituição. É um processo de racionalização, organização e
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática
do contexto social.
c) Planejamento
Curricular – é o processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação
escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno.
Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a
ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das
experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através
dos diversos componentes curriculares.
d) Planejamento de
Ensino – é o processo de decisão sobre a atuação concreta dos professores
no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações em
constante interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos.
É importante
esclarecer que do planejamento resultará o plano.
34 – Existem três concepções de planejamento: planejamento
como princípio básico; planejamento instrumental normativo; e planejamento
participativo.
35 – Planejamento prático: feito
informalmente pelo professor. Tem como foco a tarefa a ser desenvolvida na
sala.
36 – Planejamento instrumental normativo: é o planejamento aplicado na tendência
tecnicista da educação, de caráter cartesiano e positivista. Limita-se ao preenchimento
de formulários.
37 – Planejamento participativo: construído
com a participação de atores, incluindo os próprios alunos. Compreender a
realidade e participação nos processos educativos.
38 – Planejamento da educação tem duas dimensões:
política e técnica.
39 - A dimensão política, na prática
pedagógica, diz do reconhecimento da ação educativa como processo histórico,
portanto, que possibilita dar consciência aos exercícios de poder que se
efetivam na educação.
40 – A dimensão técnica, ou saber técnico é
aquele que permite viabilizar a execução do ensino, é o saber fazer a
atividade profissional. No caso da prática do planejamento educacional, o saber
técnico determina a competência para organizar as ações que serão
desenvolvidas com visando à aprendizagem dos alunos.
41 - O regimento escolar e o Projeto Político
Pedagógico (PPP) são documentos fundamentais para as escolas, pois contam
com as normas e os objetivos de cada instituição. Eles devem orientar todos os
educadores, as metodologias adotadas e também as relações entre os estudantes.
42 - O regimento escolar é um documento
obrigatório em todas as escolas brasileiras. Ele determina, normatiza as ações
das instituições de ensino e deve seguir a legislação para a educação.
43 - Os princípios do PPP são: igualdade,
qualidade, gestão democrática, liberdade/autonomia e valorização do magistério.
Esses possuem um caráter permanente e fundamentado nas ações pedagógicas.
44 - PRINCÍPIOS
NORTEADORES DO PROJETO PEDAGÓGICO - LEI nº 9.394/, art. 3º
I. igualdade de condições para acesso
e permanência na escola;
II. liberdade de aprender, ensinar,
pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III. pluralismo de ideias e
concepções pedagógicas;
IV. respeito a liberdade e apreço a
tolerância;
V. coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino;
VI. gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais;
VII. valorização do profissional da
educação escolar;
VIII. gestão democrática do ensino
público, na forma desta lei e da legislação do sistema de ensino;
IX. garantia do padrão de qualidade;
X. valorização da experiência extracurricular;
XI. vinculação entre a educação
escolar, o trabalho e as práticas sociais”.
45 - Segundo
pesquisadores, a elaboração do PPP deve
abarcar: missão, clientela, dados sobre a aprendizagem, relação com as
famílias, recursos, diretrizes pedagógicas e plano de ação.
46 - De acordo com
Saviani, os cinco princípios norteadores
do Projeto Político Pedagógico (PPP), são os seguintes: igualdade,
qualidade, gestão democrática, liberdade/autonomia e valorização do magistério.
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
47 - O planejamento participativo é o processo
que envolve a organização do trabalho em grupo de uma instituição escolar.
Também tem como base o trabalho coletivo com objetivo de solucionar os
problemas comuns existentes no meio social.
48 - Podemos
identificar três fases do processo de construção, dentro do planejamento
participativo:
- A preparação do plano escolar,
- O acompanhamento da execução das
operações pensadas no plano escolar,
- A revisão de todo o processo.
49 - Para a
elaboração de um planejamento participativo, primeiramente deve-se fazer
com que os problemas a serem tratados pelo Plano partam da comunidade escolar.
Após o levantamento de dados desse problema apontado também por todos os
seguimentos da escola, torna-se necessário nomeá-los e hierarquizá-los, priorizando
aqueles mais voltados para a comunidade escolar.
50 - O planejamento
participativo contribui para que os envolvidos se sintam corresponsáveis
pelo que acontece na escola.
51 - Os sujeitos do
planejamento participativo integram o objeto sobre o qual se propõem a refletir
e sua participação torna-os mais sensíveis para com as necessidades da escola.
52 - O acompanhamento
do planejamento permite que se realizem alterações nas estratégias ou ações
previstas durante a execução para corrigir o rumo do processo, visando o
alcance dos objetivos.
CURRÍCULO
53 - O currículo
é uma construção dos saberes, bem como o envolvimento entre os sujeitos, pois
ele interage em um determinado contexto construído pelas experiências,
atividades, métodos e meios com o objetivo de cumprir os interesses de um grupo
hegemônico, que pretende controlar as pessoas (pais, professores, alunos,
comunidade, etc.
54 - O planejamento de
ensino possui componentes básicos que são: os objetivos, o conteúdo,
procedimento de ensino, recursos de ensino e avaliação. Esses objetivos são
divididos em educacionais e instrucionais.
55 - Aprendizagem é o processo pelo qual as
competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são
adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação,
raciocínio e observação. Aprendizagem humana está relacionada à educação e
desenvolvimento pessoal.
56 - 6 etapas do
processo de aprendizagem
Conhecer (apontar, definir, enunciar,
…)
Compreender (descrever, discutir,
esclarecer, … )
Aplicar (demonstrar, dramatizar,
empregar, … )
Analisar (calcular, classificar,
comparar, …)
Sintetizar (articular, compor, criar,
… )
Avaliar (avaliar, validar, escolher,
…
57 - Relação
professor-aluno segundo Vygotsky. A relação educador x educando não deve ser
uma relação de imposição, mas sim, uma relação de cooperação, de respeito e
de crescimento. O aluno deve ser considerado como um sujeito interativo e ativo
no seu processo de construção de conhecimento.
58 - Para Piaget a
aprendizagem do estudante será significativa quando esse for um sujeito
ativo. Isso se dará quando a criança receber informações relativas ao objeto de
estudo para organizar suas atividades e agir sobre elas.
59 - A Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
é um documento que regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a
serem trabalhadas nas escolas brasileiras públicas e particulares de Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio para garantir o direito à
aprendizagem e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes.
60 - A Base Nacional Comum Curricular é um
documento que determina as competências (gerais e específicas), as habilidades
e as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver durante
cada etapa da educação básica – Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino
Médio. A BNCC também determina que essas competências, habilidades e conteúdos
devem ser os mesmos, independentemente de onde as crianças, os adolescentes e
os jovens moram ou estudam.
61 - A Base não deve
ser vista como um currículo, mas como um conjunto de orientações que irá
nortear as equipes pedagógicas na elaboração dos currículos locais. Esse
documento deve ser seguido tanto por escolas públicas quanto particulares.
62 - A criação de uma
Base Nacional Comum Curricular tem o objetivo de garantir aos estudantes o
direito de aprender um conjunto fundamental de conhecimentos e habilidades
comuns – de norte a sul, nas escolas públicas e privadas, urbanas e rurais de
todo o país. Dessa forma, espera-se
reduzir as desigualdades educacionais existentes no Brasil, nivelando e, o mais
importante, elevando a qualidade do ensino.
63 - A Base Nacional
Comum Curricular foi estruturada em competências.
64 - A BNCC é dividida
entre a Base Comum e a parte diversificada. O objetivo da segunda parte é
enriquecer e complementar a parte comum. A ideia é inserir novos conteúdos aos
currículos que estejam de acordo com as competências estabelecidas pela BNCC e
também com a realidade local de cada escola.
65 - É importante
lembrar que a Base Comum deve ser contemplada, em sua totalidade, nos
currículos escolares, enquanto a parte diversificada pode corresponder a até
40% dos conteúdos.
66 - A Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) é um documento que pretende nortear o que é ensinado
nas escolas do Brasil inteiro, englobando todas as fases da educação básica,
desde a Educação Infantil até o final do Ensino Médio.
67 - A BNCC não
consiste em um currículo, mas em um documento norteador e uma referência única
para que as escolas elaborem os seus currículos.
68 - A Base prevê que
os estudantes devem desenvolver competências cognitivas e socioemocionais para
sua formação ao longo da educação básica. São 10 as competências gerais
determinadas pela BNCC e consideradas fundamentais para os estudantes.
Professor Eduardo Galante