segunda-feira, 18 de março de 2013

ESTUDAR JUNTO É...

Amar é... estudar junto! E estar sempre pronto para mudanças
 
Por Thayná Alves
Mário e Isabelle: parceria no casamento e também nos estudos
Quatro personagens. Dois casais. Desfechos bem diferentes, mas costurados pela persistência comum à trajetória de ambos. De um lado, Mário Wu (27) e Isabelle Wu (26), Do outro, Sara Isa (20) e Dhyon Lenon (23). O que une essas vidas é o desejo de conquistar algo maior do que a simples aprovação. E, sem pegar atalhos, essas histórias se cruzam à medida que se percebe que, como todo concurseiro, eles enfrentaram a pesada rotina de estudos, onde o companheirismo foi aliado fundamental. O resultado os levou longe. Na verdade, a mais de 2 mil quilômetros de casa. A possibilidade de mudar para uma cidade próxima talvez seja uma boa opção para muitos aprovados. Mas ser convocado para outro estado, distante da família e dos amigos, é um passo que requer coragem. E, para casais, coloca à prova a vontade de permanecerem juntos. Ou não.

Sara e Dhyon, namorados desde o ensino médio, compartilharam o desejo de ingressar na carreira pública e se inscreveram para o concurso do INSS, em 2012. Ele, que atualmente trabalha com suporte técnico em uma empresa de telefonia, afirma que o anseio por uma carreira estável e um horário flexível para seguir com os estudos foi o que mais os motivou. Eles, que estudaram juntos, relembram como era a rotina. “Nosso ritmo de estudo se baseava em provas anteriores e apostilas das áreas vistas em editais de provas passadas. Fazíamos reuniões de estudo pelo menos três vezes por semana, com vídeo aulas de professores de Direito, entre outras áreas. Ainda tirávamos as dúvidas um do outro. Por exemplo, eu sanava perguntas que ela possuía em Direito Administrativo, disciplina em que eu tinha uma maior facilidade, enquanto ela me explicava Português, onde eu tinha mais dificuldade”, diz Dhyon.

O ponto mais radical dessa experiência foi o local para o qual eles se inscreveram. Ela, que mora no bairro Gradim, e ele no Rocha, ambos em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, se inscreveram para a cidade de Baturité, no Ceará. Uma opção ousada, mas muito bem pensada. "Fazer concurso em outro estado foi, além de uma questão estratégica, focando a região que mais tinha chance, diante da relação candidato/vaga mais favorável, uma experiência interessante, e oportunidade para troca de conhecimentos”, afirmam. Com a possibilidade da mudança, Dhyon mostrou-se tranquilo - grande parte de sua família é do Ceará -, apesar de reconhecer que precisaria refazer parte de sua vida nessa nova trajetória. Entretanto, Sara demonstrou o avesso e afirmou que a adaptação seria complicada, pela distância da família e dos amigos. O desfecho desse impasse - bem como o desempenho do casal no concurso - ficará para os próximos parágrafos.

Mário e Isabelle, que são casados, atualmente residem em Manaus. Mas não é na capital do Amazonas que essa história começa. Ele, graduado em Direito, e ela em Serviço Social, já possuem experiência em concursos. Mário estava focado nos concursos para procuradorias e tribunais, visando à realização pessoal sua na área de atuação, e Isabelle também. “Eu buscava ingressar na carreira pública porque, em minha área, é onde estão os melhores salários, além da estabilidade que, para mim, era um fator importante. Eu tentei praticamente todos os concursos que saíram... A maioria que surgiu foi para trabalhar na área da saúde”, diz ela.

Recém-formada e recém-casada, Isabelle, na época que ainda moravam no estado do Rio, permaneceu desempregada durante um ano, tempo que levou entre a preparação e a aprovação em seu primeiro concurso público. “Eu estava habituada com uma rotina agitada durante a graduação, cheguei a estagiar em dois lugares e a ter duas fontes de renda. Eu realizava quase todas as tarefas domésticas porque não trabalhava fora. Diariamente o turno da manhã era dedicado a cuidar da casa, e o turno da tarde era dedicado aos estudos. É importante salientar que eu não fiz nenhum cursinho, estudei, em todo tempo, sozinha”, afirma.

Eles garantem que o apoio de um para com o outro foi essencial nessa caminhada rumo à aprovação. “Foram decisivos o amor, o respeito e a compreensão, já que a vida de concurseiro é marcada por várias renúncias em prol de um objetivo maior, que às vezes parece distante”, salienta Mário Wu. E ela complementa: “Eu precisei do apoio dele, ele se responsabilizou por uma tarefa doméstica e me ajudou a fazer um planejamento de atividades, pois para mim era tudo novo e acabei me enrolando, não estava conseguindo tempo para estudar direito e estava ficando frustrada. Mas, com o apoio dele, tudo se resolveu". Apesar de todas as dificuldades, o casal não desistiu, e após anos de preparação Mário e Isabelle foram aprovados para a cidade de Manaus. Ele, como oficial de justiça do TRT. Ela ainda aguarda a convocação. "Manaus é uma cidade fantástica e de pessoas acolhedoras”, afirma Mário Wu.

Isabelle complementa. "Nunca desejamos e nem nunca planejamos sair do nosso Estado. Durante este um ano em que estive desempregada e focando em estudos para concursos públicos, o meu sogro, que já morava em Manaus há aproximadamente 10 anos, insistiu para que eu participasse de um concurso em sua cidade. Como ele insistiu eu fiz e passei dentro do número de vagas, entre os primeiros lugares. O curioso é que já se passaram três anos e até hoje não fui convocada. Como o meu sogro sabia que eu já estava aprovada em concurso público em Manaus, também incentivou a participação do filho dele em concursos aqui. O Mário também passou, mas diferentemente do concurso que realizei, o dele não demorou em chamar e hoje aqui estamos.”

De volta ao outro casal. Assim como Mário e Isabelle, Sara e Dhyon também persistiram, mas infelizmente ainda não foram aprovados. O que não os desmotivou, pelo contrário. Hoje, com um pouco mais de experiência, eles buscam uma formação superior e não descartam a possibilidade de tentar outro concurso. Dhyon, recentemente, foi aprovado pelo Prouni para cursar Engenharia do Petróleo, e Sara deseja cursar Direito. Enfim, ainda estão distantes do capítulo final. Há muitos desafios e conquistas reservados a ambos. Àqueles que assim como eles não pensam em desistir, apesar das dificuldades, Mário e Isabelle deixam um recado: “Muitos ‘nãos’ servem para nos fazer crescer. Cada situação negativa vivenciada faz com que acumulemos experiência. Você pode vencer e conquistar o seu sonho. Se planeje, dedique-se, e acredite na vitória. Todos têm chances. Assim, consideramos importante manter a fé, a esperança e o amor sempre vivos dentro de nós.”

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